Inspirados nos bombeiros, professores tentam acuar o Governo do Estado do Rio
Um senhor, com os olhos machucados pelo spray de pimenta, era amparado por um rapaz. Ambos estavam no andar da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, aonde chegaram sem planejar. Após caminhar da Rua Primeiro de Março até a Rua da Ajuda, a única coisa que ouviam era o silêncio. A indiferença, que pode ser mais cortante do que o próprio ódio, foi o combustível para ficarem ali. “Foi tudo espontâneo. Quando percebi, estava amparando um professor que me deu aula no ensino médio.”
Marcio Freire era o rapaz. De camisa amarela e calça jeans, cabelo baixo e um olhar cansado, ele explica com paciência porque os professores da rede estadual estão acampados no coração do Centro do Rio. A poucos passos de grandes empresas como Vale, Petrobras e Itaú, da Assembléia Legislativa do Estado (Alerj) e do principal Fórum da capital, experimentam a vida de moradores de rua: dormem na calçada e são ignorados pelos transeuntes.