domingo, 3 de julho de 2016

A vila


Após atualizar o notebook pro Windows 10, recebo sugestões de papeis de parede. Uma delas era a foto de uma vila de casas coloridas num beco simpático. Quero. E eu mesmo desejo povoá-la.

Nessa vila estarão todos os meus amigos. Mataria de uma vez toda distância geográfica, seja ela longa ou curta, que nos separa. Colocaria cadeiras na calçada para conversarmos sobre o que nos aproxima - ou não seríamos amigos.

Claro que podemos ter afinidades e pensar diferente em muitas coisas. Mas se em toda essa estrada permanecem meus amigos, algo transcendental existe. Que vai além de rancores, orgulhos, clubismos, bairrismos.

Falaríamos de música, futebol, ansiedades, dúvidas, fé, cinema, esperança, piadas, trocadilhos, memórias, viagens e tudo o que nosso complexo ser nos trouxesse como pauta. O importante é que seria a vila com meus amigos, pertinho uns dos outros, a postos para o encontro.

Há quem diga que a proximidade pode prejudicar ou até colocar em xeque amizades, e não duvido. E o bom da fantasia é isso, como aprendemos desde a hora de dormir quando crianças: a gente inventa - e vive - o que seria o ideal. Baseado em fatos reais.

E o maior barato seria ter sempre meus amigos e seus abraços ao pé da janela me chamando, uma puxada de cadeira, faz a roda, traz a bebida, a comida, chega junto, é tudo nosso. É nóis na vila.

Porque a gente chega à conclusão que o papo com os amigos é o melhor gasto de vida que há.