quinta-feira, 19 de julho de 2007

A gente precisa dessa imprensa


A capa do Globo de hoje denota o que vem a ser um jornalismo que o povo brasileiro tanto necessita: um fiscalizador responsável dos detentores do poder, em nome do interesse público, sem ignorar a verdade factual.

Quem me conhece (e que lê este blog) sabe que não morro de amores pelo referido jornal, ou pela atual imprensa brasileira. Mas, com justiça, preciso ressaltar quando eles acertam e fazem diferença (pra melhor) na sociedade.

Enumerar os milhões de órgãos "responsáveis" pela aviação brasileira e inquirir, em nome da população, quem vai resolver, de fato, o caos áereo após uma tragédia - mais uma - é dever da imprensa que tem voz. É bem melhor, mais maduro e mais útil do que simplesmente fomentar picuinhas políticas, histórias de alcova e Big Brothers Boçais.

A primeira página do Globo de hoje deve ser objeto de reflexão do próprio Globo e dos demais veículos, em nome dos anseios da população: queremos informação responsável, com credibilidade, humanizante em vez de mercadológica, necessária para nossa sobrevivência diária.

Que não precise cair outro avião para a imprensa redescobrir seu verdadeiro papel.

8 comentários:

Anônimo disse...

Lessa,

concordo com você, mas temos que manter o cuidado com a imprensa. Há uma grande companhia envolvida e até agora não foi demonstrado se o acidente foi provocado por problemas com a pista ou foi fruto de um erro humano. Esse é um excelente momento para bater nos órgãos da aviação (lato sensu) federais (eles merecem mesmo), mas ainda não há provas de conexão entre os problemas de apagão aéreo e este trágico acidente.

Anônimo disse...

Lessa,

concordo com você, mas temos que manter o cuidado com a imprensa. Há uma grande companhia envolvida e até agora não foi demonstrado se o acidente foi provocado por problemas com a pista ou foi fruto de um erro humano. Esse é um excelente momento para bater nos órgãos federais que controlam a aviação, mas ainda não há provas de conexão entre os problemas de apagão aéreo e este trágico acidente.

Anônimo disse...

No dia da tragédia aconteceu um fato no mínimo inusitado no Jornal Nacional.

O telejornal só acabou por volta de 21:30, passando por cima da conhecida rigidez global quanto à programação. Um pouco antes do encerramento eu cheguei a comentar com meus familiares: "Legal, primeira vez que vejo a globo deixar de lado a programação em nome de outro evento".

Só que eis que no encerramento do jornal, Willian Bonner manda essa "informamos que devido à tragédia, o Globo Rural de amanhã começará um pouco mais tarde". Francamente, isso precisava ser dito naquele momento?

Abraços

Marcos André Lessa disse...

Tá certo, Henrique. Não podemos nos empolgar muito. Mas que é preciso uma solução decisiva pro caos aéreo, isso é.

Unknown disse...

Faço coro a tua voz e endosso suas maras palavras.

Anônimo disse...

Também concordo que é necessária uma solução para o caos aéreo e espero que a imprensa utilize sua força para ajudar.
Mas, sobre esse acidente, era deprimente ver como as emissoras noticiavam o que havia acontecido. Além de mostrar o desespero das famílias, o Willian Bonner ainda falou:
não sabemos o nº de passageiros,
o nº de funcionários que estavam no prédio da TAM e
!!! o nº de POSSÍVEIS colaboradores que poderiam estar no momento do acidente prestando serviço naquele local !!!
Não sei o que vocês acham, mas, pra mim, é uma informação desnecessária (que nem informação é). O que é cabível aumentar, eles aumentam...

Marcos André Lessa disse...

Marcia, esse é um novo vício da imprensa: o "ia". As notícias não possuem mais certeza. Fulano teria dito, aquilo teria ocorrido... Isso é horrível, e dá margem pro William Bonner (e mtos outros) abordarem os assuntos dessa maneira. Por um lado, pode haver uma tentativa de evitar processos judiciais contra o jornalista ou o jornal por ter afrimado algo. O "teria" dá brecha pra defesa alegar q ele não disse q aconteceu, mas que poderia ter acontecido. Mas volto à minha questão: isso é notícia? Ou não?

Anônimo disse...

Lessa, nos dias de hoje, eu, sinceramente, já nem sei mais o que é notícia...