Foi associação imediata. Ao ler que Felipe Calderón, presidente do México, determinou que a população passe cinco dias em casa a partir de sexta-feira (1º de maio), para evitar maior contágio da nova gripe, lembrei imediatamente do livro Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. A declaração do presidente só confirmou: "Não há lugar mais seguro do que o seu próprio lar para evitar ser infectado pelo vírus".
Para quem não leu ou não conhece, o livro do escritor português fala de uma epidemia de cegueira que assola a população mundial, sem razão aparente. Na impossibilidade de encontrarem a causa ou a cura, as tentativas de controle da epidemia vão se esvaindo até chegar ao absurdo de confinar as pessoas - no caso, os infectados - para evitar maior contágio.
Ainda não se sabe a causa ou a cura da nova gripe, e isso traz o desespero primeiro aos mexicanos; depois, ao resto do mundo, devidamente globalizado. O que fazer? A Espanha relatou o primeiro caso na Europa de um paciente que contraiu a doença sem ter ido ao México, o que ilustra o perigo do contágio entre pessoas.
A possibilidade do vírus se contrair com o da gripe aviária pode causar um novo desenrolar trágico. Enquanto isso, a imprensa e os governos não sabem qual o tom a adotar: um alarmista que pode causar mais pânico ou um precavido que pode sonegar informações importantes para o momento.
O meio-ambiente já flerta com o apocalipse desde o relatório do IPCC sobre as mudanças climáticas. Agora, uma nova peste pode surgir, e a Europa de séculos atrás sabe bem o que é isso.
A nova gripe, assim como o castelo de cartas da crise financeira, mostra como a sensação de segurança que teimamos em querer manter é pura cortina de fumaça. Ok, não dá pra vivermos neuróticos, mas é inevitável que uma (não tão) simples gripe nos leve a refletir sobre nossa finitude humana.
Sim, acabaremos. Não falo da humanidade, mas individualmente. E então, o que fazer com esse tempo que a cada dia nos resta menos? Se formos levados pela fábula de José Saramago, é o momento de egoísmos inconseqüentes aflorarem a torto e a direito.
Mas, ao contrário do que muitos pensam, o ser humano tem a possibilidade de escolher. Cada um de nós pode escolher ser menos mesquinho, mais solidário, mais consciente de que nossa curta existência na Terra pode ser muito mais significativa do que estamos acostumados.
E se individualmente acabaremos, individualmente podemos deixar de ser tão individualistas, sem precisar de grandes causas ideológicas para isso. Tão somente a pequena causa do cotidiano, que cada um pode aplicar a sua vida.
Para quem não leu ou não conhece, o livro do escritor português fala de uma epidemia de cegueira que assola a população mundial, sem razão aparente. Na impossibilidade de encontrarem a causa ou a cura, as tentativas de controle da epidemia vão se esvaindo até chegar ao absurdo de confinar as pessoas - no caso, os infectados - para evitar maior contágio.
Ainda não se sabe a causa ou a cura da nova gripe, e isso traz o desespero primeiro aos mexicanos; depois, ao resto do mundo, devidamente globalizado. O que fazer? A Espanha relatou o primeiro caso na Europa de um paciente que contraiu a doença sem ter ido ao México, o que ilustra o perigo do contágio entre pessoas.
A possibilidade do vírus se contrair com o da gripe aviária pode causar um novo desenrolar trágico. Enquanto isso, a imprensa e os governos não sabem qual o tom a adotar: um alarmista que pode causar mais pânico ou um precavido que pode sonegar informações importantes para o momento.
O meio-ambiente já flerta com o apocalipse desde o relatório do IPCC sobre as mudanças climáticas. Agora, uma nova peste pode surgir, e a Europa de séculos atrás sabe bem o que é isso.
A nova gripe, assim como o castelo de cartas da crise financeira, mostra como a sensação de segurança que teimamos em querer manter é pura cortina de fumaça. Ok, não dá pra vivermos neuróticos, mas é inevitável que uma (não tão) simples gripe nos leve a refletir sobre nossa finitude humana.
Sim, acabaremos. Não falo da humanidade, mas individualmente. E então, o que fazer com esse tempo que a cada dia nos resta menos? Se formos levados pela fábula de José Saramago, é o momento de egoísmos inconseqüentes aflorarem a torto e a direito.
Mas, ao contrário do que muitos pensam, o ser humano tem a possibilidade de escolher. Cada um de nós pode escolher ser menos mesquinho, mais solidário, mais consciente de que nossa curta existência na Terra pode ser muito mais significativa do que estamos acostumados.
E se individualmente acabaremos, individualmente podemos deixar de ser tão individualistas, sem precisar de grandes causas ideológicas para isso. Tão somente a pequena causa do cotidiano, que cada um pode aplicar a sua vida.
Desculpem se o texto pareceu simplista, não foi essa a intenção. Mas a certeza do fim não é nada complicada, ao contrário do que fazer antes dele. Não tenho respostas, mas inquietações. Não posso resolvê-las facilmente, mas compartilhá-las. Não posso prometer nada, só tentar cumprir.
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