LESSA 23!
Woody Allen dirige, escreve e atua em seus filmes. resultado: já beijou mulheres lindas em muitos deles... São as benesses do controle do meio de comunicação! De igual forma, hoje usufruo desse blog para publicar minha lista de presentes de aniversário!!! De repente você tá sem idéia...
Será dia 27 de setembro - e para os engraçadinhos de plantão: nao gosto de doce de Cosme e Damião!!!!! Heheheh...
Se você hesitar pensando que outra pessoa pode dar o mesmo presente, uma dica: é só comprar em lojas que dão aquela etiqueta, que permite trocar em até 15 dias... Pretensioso eu, né?
CDs:
- Trilha sonora do filme "Alta Fidelidade"
- "Bloco do Eu Sozinho" e "Ventura", do Los Hermanos
- "Abbey Road" e "Let it be", dos Beatles
- Qualquer um do songbook de Chico Buarque
- Qualquer um do songbook de Tom Jobim
LIVROS:
- "Budapeste" - Chico Buarque
- "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa
- "Brejo das Almas", "Claro Enigma", "Caminhos de João Brandão", de Carlos Drummond de Andrade
- "Como ser legal", de Nick Hornby
- "eu@teamo.com.br", de Letícia Wierzchowski
- "Maravilhosa Graça", de Philip Yancey
- "Cristianismo e política", de Robinson Cavalcanti
- "Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal", de Milton Santos
- "Cartas na mesa", "Cartas a um jovem escritor" - Fernando Sabino
ROUPAS: apenas informo que camisa é tamanho P ou M; calça, 40; sapatos, 42/43.
Ou me surpreenda!!!
terça-feira, 16 de setembro de 2003
sábado, 13 de setembro de 2003
E agora, José do Patrocínio?
Depois de um longo tempo, vi algo de bom na primeira página do GLOBO: Conar proíbe jovens e cenas eróticas em anúncios de bebida. Essa medida pode trazer conseqüências mais inesperadas do que pensamos... Além disso, as reações dos publicitários a ela revela intenções e problemas que são sempre mascarados pela beleza dos anúncios. Quer ver só?
Primeiro, que uma classe social sui generis vai ser muito prejudicada: é a tal da "modelatriz". Você sabe, elas não são modelos nem atrizes, mas um mix dos dois sem desempenhar nenhuma das funções direito. Mão-de-obra principal dos anúncios de cerveja - são jovens e eróticas - como começarão a carreira tão sonhada? Como evoluir para a capa da Playboy e para o tórrido romance ovulatório com jogadores de futebol e demais celebridades, agora? Mostrar (ao lado do álcool que deixa os homens com aquela barriga sexy) suas carnes glúteas era o pontapé inicial. Curioso: a única carreira em que "pé na bunda" pode significar emprego...
A indústria da bebida também deve ter ficado surpresa com tal medida, que começa a vigorar no verão! Todo o estratagema montado por anos e anos (sem trocadilho, por favor) para as vendas subirem na sudorípara estação vai por Conar abaixo... A decisão também proíbe o uso de animais humanizados, bonecos ou animações, para que as crianças não sejam despertadas pro álcool (e o mercado futuro? O mercado futuro!). Só que pra fechar a conta desse possível prejuízo eles vão empurrar a responsabilidade para os... publicitários!
Aí é que a cobra fuma, a porca torce o rabo, a onça bebe água e demais slogans populares.
O discurso oficial da P&P é que "as agências terão que usar ainda mais de criatividade e vão conseguir". Hilário... AINDA MAIS? Acho que agora é que vão ter que provar que sabem criar. Atiçar o público-alvo em seus básicos instintos é muito mais fácil que convencê-lo a fazer uma escolha consciente e tomar decisão idem.
VÃO CONSEGUIR? Quem disse a frase acima é o sócio-diretor da Agência Total, responsável pela campanha da Schin (que por sinal, é um primor de criatividade: "Experimenta" até encher o saco!). Esse "vão conseguir" pode muito bem ser traduzido por "pelamordedeus, é a nossa única chance" ou "consigam ou muitos de nós estarão na rua em breve". A decisão do Conar pode ser o primeiro grande desafio para uma indústria publicitária acomodada na fórmula bunda-futebol pra vender outro prazer cheio de riscos pessoais e sociais.
A matéria informa que a decisão do Conar antecipa-se a uma possível legislação do Congresso, que prometia ainda mais rigor com as propagandas. Ou seja, dos males o menor. Mas, dependendo de como se virarem, esse menor torna-se relativo. Longe de mim duvidar do talento dos publicitários brasileiros, mas o Conar prestou um serviço público imenso - talvez sem querer. Nem a grande imprensa teve peito pra questionar essas campanhas que tratam o homem como bicho, nem os publicitários ousaram mudar a fórmula pensando no bem ou mal-estar que faziam ao público com suas campanhas. Na marra, o Conar obrigou a imprensa a se auto-flagrar e as agências a produzirem algo de menos inutilidade pública.
Agora eu quero ver a paixão nacional experimentar o argumento redondo dentro da lei, refrescando principalmente os pensamentos. Ah, mas com moderação e pegando táxi depois, porque também faz mal à saúde.
Depois de um longo tempo, vi algo de bom na primeira página do GLOBO: Conar proíbe jovens e cenas eróticas em anúncios de bebida. Essa medida pode trazer conseqüências mais inesperadas do que pensamos... Além disso, as reações dos publicitários a ela revela intenções e problemas que são sempre mascarados pela beleza dos anúncios. Quer ver só?
Primeiro, que uma classe social sui generis vai ser muito prejudicada: é a tal da "modelatriz". Você sabe, elas não são modelos nem atrizes, mas um mix dos dois sem desempenhar nenhuma das funções direito. Mão-de-obra principal dos anúncios de cerveja - são jovens e eróticas - como começarão a carreira tão sonhada? Como evoluir para a capa da Playboy e para o tórrido romance ovulatório com jogadores de futebol e demais celebridades, agora? Mostrar (ao lado do álcool que deixa os homens com aquela barriga sexy) suas carnes glúteas era o pontapé inicial. Curioso: a única carreira em que "pé na bunda" pode significar emprego...
A indústria da bebida também deve ter ficado surpresa com tal medida, que começa a vigorar no verão! Todo o estratagema montado por anos e anos (sem trocadilho, por favor) para as vendas subirem na sudorípara estação vai por Conar abaixo... A decisão também proíbe o uso de animais humanizados, bonecos ou animações, para que as crianças não sejam despertadas pro álcool (e o mercado futuro? O mercado futuro!). Só que pra fechar a conta desse possível prejuízo eles vão empurrar a responsabilidade para os... publicitários!
Aí é que a cobra fuma, a porca torce o rabo, a onça bebe água e demais slogans populares.
O discurso oficial da P&P é que "as agências terão que usar ainda mais de criatividade e vão conseguir". Hilário... AINDA MAIS? Acho que agora é que vão ter que provar que sabem criar. Atiçar o público-alvo em seus básicos instintos é muito mais fácil que convencê-lo a fazer uma escolha consciente e tomar decisão idem.
VÃO CONSEGUIR? Quem disse a frase acima é o sócio-diretor da Agência Total, responsável pela campanha da Schin (que por sinal, é um primor de criatividade: "Experimenta" até encher o saco!). Esse "vão conseguir" pode muito bem ser traduzido por "pelamordedeus, é a nossa única chance" ou "consigam ou muitos de nós estarão na rua em breve". A decisão do Conar pode ser o primeiro grande desafio para uma indústria publicitária acomodada na fórmula bunda-futebol pra vender outro prazer cheio de riscos pessoais e sociais.
A matéria informa que a decisão do Conar antecipa-se a uma possível legislação do Congresso, que prometia ainda mais rigor com as propagandas. Ou seja, dos males o menor. Mas, dependendo de como se virarem, esse menor torna-se relativo. Longe de mim duvidar do talento dos publicitários brasileiros, mas o Conar prestou um serviço público imenso - talvez sem querer. Nem a grande imprensa teve peito pra questionar essas campanhas que tratam o homem como bicho, nem os publicitários ousaram mudar a fórmula pensando no bem ou mal-estar que faziam ao público com suas campanhas. Na marra, o Conar obrigou a imprensa a se auto-flagrar e as agências a produzirem algo de menos inutilidade pública.
Agora eu quero ver a paixão nacional experimentar o argumento redondo dentro da lei, refrescando principalmente os pensamentos. Ah, mas com moderação e pegando táxi depois, porque também faz mal à saúde.
domingo, 7 de setembro de 2003
O cinema de Guel é a maior diversão
Como falei no último post, aqui vai uma crítica mais apurada do novo filme de Guel Arraes, Lisbela e o prisioneiro. Quem gostou do "Auto da Compadecida" e de "Caramuru" não vai se decepcionar com este. Direção, roteiro, produção, interpretações, figurinos, trilha - tá tudo bom demais. Com certeza verei pela quarta vez (no cinema).
Osman Lins é um autor pernambucano desconhecido, de onde Guel Arraes tirou a história do filme para primeiro transformá-la em peça. Foi um laboratório de sucesso para saberem o que fazer na tela grande. Alguns atores que estavam na peça estão no filme, ainda que em papéis trocados.
De fato, as interpretações de cada um já valem o ingresso, com sobras. Selton Mello vai se transformando no maior ator de sua geração, tamanha é a sua versatilidade. Além dos citados filmes de Guel, Selton também protagonizou com maestria o pesado "Lavoura Arcaica", além da peça "Zastrozzi". É impressionante sua capacidade de ser completamente diferente em cada papel que atua - coisa que o parceiro do "Auto", Matheus Natchergale, já tinha alcançado.
Marco Nanini, como o vilão, é algo de outro mundo. Sua experiência teatral e televisiva está dando conta da carreira cinematográfica, permitindo-lhe o bom senso de nunca parecer exagerado nos personagens que encarna. Sabe dosar o humor, a seriedade, o drama e o que vier na medida ideal. Suas caras, bocas e entonações chegam ao limite da perfeição nesse filme.
Débora Falabella surpreende como Lisbela, embora cresça somente durante o desenrolar do filme. O mesmo se diz de Bruno Garcia como o noivo carioca (que no teatro fez o papel do prisioneiro, que aqui é de Selton Mello). Tanto ele como Virgínia Cavendish - mulher do vilão - são dois atores não muito conhecidos do grande público que possuem talento fenomenal, acredite. Tadeu Mello é o cabo Citonho, num personagem para o qual parece ter nascido. Assim como André Marques, que conseguiu a proeza de sair da Escolinha do Professor Raimundo ("Meu querido!!!") e do papel de D.João VI para ser muito requisitado como ator, e com justiça.
O roteiro e seus argumentos são sensacionais. Destaque para o dinâmico jogo de palavras entre os personagens, já característico dos filmes de Guel. Em meio à comédia sem descanso, também há cenas de drama que provocam sinceras lágrimas na platéia. E principalmente para o enredo, que trata os clichês de Hollywood exatamente como são: clichês que não se comparam a um filme do nível de Lisbela e o prisioneiro. Fica aí o recado para que prestemos mais atenção à qualidade da produção nacional, em vez de apenas encher os cofres dos ianques sem imaginação.
A trilha sonora também é notável. Pela sua diversidade e bom gosto: depois de "Sozinho", Caetano Veloso transforma outra música considerada brega ("Você não me ensinou a te esquecer", de Fernando Mendes) em momento mágico da MPB; Elza Soares manda bem no tema do vilão (e olha que eu a odeio!), Los Hermanos mostram que sabem de forró; e uma inusitada parceria produz inimaginável entrosamento: Zé Ramalho e Sepultura. Fora a qualidade musical, cada letra e melodia encaixa-se nas cenas com perfeição - méritos para a produção.
Claudio Assis, diretor de "Amarelo Manga", trouxe ácida opinião sobre o tal "cinema social" do país: "O Brasil está fazendo um cinema com culpa (...) são burgueses filhos de sei lá quem, que têm peso na consciência por herdar riqueza e que querem se limpar fazendo um cinema com culpa. Daí dizem que pobre é bonzinho..." Certo ou errado, aproveito o depoimento de Claudio para inocentar Guel Arraes. Seu cinema não é com culpa, é com orgulho do país, com a pretensão de conscientizar no sentido da auto-estima cultural. Sabemos fazer bom cinema, e nossa terra e nossa miscigenação geral são matéria-prima suficiente para ótimos roteiros. Além disso, faço coro com o personagem de Selton Mello: "cinema nacional é bom porque o beijo já vem traduzido...".
Como falei no último post, aqui vai uma crítica mais apurada do novo filme de Guel Arraes, Lisbela e o prisioneiro. Quem gostou do "Auto da Compadecida" e de "Caramuru" não vai se decepcionar com este. Direção, roteiro, produção, interpretações, figurinos, trilha - tá tudo bom demais. Com certeza verei pela quarta vez (no cinema).
Osman Lins é um autor pernambucano desconhecido, de onde Guel Arraes tirou a história do filme para primeiro transformá-la em peça. Foi um laboratório de sucesso para saberem o que fazer na tela grande. Alguns atores que estavam na peça estão no filme, ainda que em papéis trocados.
De fato, as interpretações de cada um já valem o ingresso, com sobras. Selton Mello vai se transformando no maior ator de sua geração, tamanha é a sua versatilidade. Além dos citados filmes de Guel, Selton também protagonizou com maestria o pesado "Lavoura Arcaica", além da peça "Zastrozzi". É impressionante sua capacidade de ser completamente diferente em cada papel que atua - coisa que o parceiro do "Auto", Matheus Natchergale, já tinha alcançado.
Marco Nanini, como o vilão, é algo de outro mundo. Sua experiência teatral e televisiva está dando conta da carreira cinematográfica, permitindo-lhe o bom senso de nunca parecer exagerado nos personagens que encarna. Sabe dosar o humor, a seriedade, o drama e o que vier na medida ideal. Suas caras, bocas e entonações chegam ao limite da perfeição nesse filme.
Débora Falabella surpreende como Lisbela, embora cresça somente durante o desenrolar do filme. O mesmo se diz de Bruno Garcia como o noivo carioca (que no teatro fez o papel do prisioneiro, que aqui é de Selton Mello). Tanto ele como Virgínia Cavendish - mulher do vilão - são dois atores não muito conhecidos do grande público que possuem talento fenomenal, acredite. Tadeu Mello é o cabo Citonho, num personagem para o qual parece ter nascido. Assim como André Marques, que conseguiu a proeza de sair da Escolinha do Professor Raimundo ("Meu querido!!!") e do papel de D.João VI para ser muito requisitado como ator, e com justiça.
O roteiro e seus argumentos são sensacionais. Destaque para o dinâmico jogo de palavras entre os personagens, já característico dos filmes de Guel. Em meio à comédia sem descanso, também há cenas de drama que provocam sinceras lágrimas na platéia. E principalmente para o enredo, que trata os clichês de Hollywood exatamente como são: clichês que não se comparam a um filme do nível de Lisbela e o prisioneiro. Fica aí o recado para que prestemos mais atenção à qualidade da produção nacional, em vez de apenas encher os cofres dos ianques sem imaginação.
A trilha sonora também é notável. Pela sua diversidade e bom gosto: depois de "Sozinho", Caetano Veloso transforma outra música considerada brega ("Você não me ensinou a te esquecer", de Fernando Mendes) em momento mágico da MPB; Elza Soares manda bem no tema do vilão (e olha que eu a odeio!), Los Hermanos mostram que sabem de forró; e uma inusitada parceria produz inimaginável entrosamento: Zé Ramalho e Sepultura. Fora a qualidade musical, cada letra e melodia encaixa-se nas cenas com perfeição - méritos para a produção.
Claudio Assis, diretor de "Amarelo Manga", trouxe ácida opinião sobre o tal "cinema social" do país: "O Brasil está fazendo um cinema com culpa (...) são burgueses filhos de sei lá quem, que têm peso na consciência por herdar riqueza e que querem se limpar fazendo um cinema com culpa. Daí dizem que pobre é bonzinho..." Certo ou errado, aproveito o depoimento de Claudio para inocentar Guel Arraes. Seu cinema não é com culpa, é com orgulho do país, com a pretensão de conscientizar no sentido da auto-estima cultural. Sabemos fazer bom cinema, e nossa terra e nossa miscigenação geral são matéria-prima suficiente para ótimos roteiros. Além disso, faço coro com o personagem de Selton Mello: "cinema nacional é bom porque o beijo já vem traduzido...".
quarta-feira, 3 de setembro de 2003
Êxtase cultural: a Disney morreu, ao contrário do bom cinema nacional
A gente reclama de gastos extensos com nossas necessidades básicas, mas há momentos em que o dinheiro é muito bem gasto. Não apenas pra manter a saúde, a boa alimentação ou o sustento educacional como também o consumo, em doses cavalares, de alto nível cultural. "Procurando Nemo" e "Lisbela e o prisioneiro" estão nos meus receituários.
A história do peixinho Nemo é mais um sucesso da Pixar, a empresa responsável pela revolução gráfica nos desenhos animados do cinema. Desde "Toy Story" eles exploram a metáfora do mundo adulto por meio de outros universos conhecidos – como brinquedos, formigas etc. Embora as crianças sejam o público-alvo, a linguagem utilizada alcança qualquer idade. E não só a linguagem, como bons roteiros e cada personagem, dos divertidos aos mais tocantes.
A fórmula agora é a seguinte: a Pixar é mão-de-obra dos desenhos, enquanto a Disney fica com o marketing e a distribuição. Ou seja: mérito todinho pra Pixar, melhor ainda por suplantar qualquer filme anterior da Disney. Seja em originalidade, criatividade ou até mesmo bom senso. Claro que cada filme a seu tempo, mas compare os antigos essencialmente produzidos e feitos pela Disney com os de hoje, nos quais ela apenas paga pra botar a marca. É covardia.
Um trailer de 1989 feito pela Pixar coloca o "Rei Leão" no chinelo. Cada vez menos clichês e cada vez mais valorização da inteligência da criança. Afinal, elas entendem (e riem de) todas as referências contemporâneas, como não? Ao contrário dos contos de fada politicamente corretos ao extremo, usam o mundo real para exercer suas qualidades gráfico-narrativas.
"Lisbela e o prisioneiro" é mais uma pérola de Guel Arraes, que tem no currículo "O Auto da Compadecida" e "Caramuru", além dos conceituados "Comédias da Vida Privada" e "TV Pirata". Dessa vez a mulher do Caetano bancou a produção e quis fazer um blockbuster brasileiro. Em entrevista, Paula Lavigne diz ficar feliz se conseguir "pelo menos dois milhões de espectadores"...
Ao contrário do que parece, isso não atrapalhou em nada a qualidade do filme. Os atores estão excepcionais, todos eles. Os argumentos, a uma velocidade já característica dos filmes de Guel. Figurinos e trilha sonora feitos sob medida completam a obra-prima. Já vi 3 vezes! (O próximo post será exclusivo sobre Lisbela, quando me alongarei mais sobre o filme)
Logo, é ótimo perceber que o bom cinema nacional ressurgiu de vez, e sem precisar apelar. É disso que o povo gosta, e não das baixarias justificadas por argumento semelhante no horário nobre. O mesmo vale pra Pixar, a verdadeira rainha dos baixinhos. Dêem-nos opções e saberemos escolher a boa parte. Quem tem medo (no caso, de perder audiência) é quem não se garante – e olha que isso a gente aprende no primário...
A gente reclama de gastos extensos com nossas necessidades básicas, mas há momentos em que o dinheiro é muito bem gasto. Não apenas pra manter a saúde, a boa alimentação ou o sustento educacional como também o consumo, em doses cavalares, de alto nível cultural. "Procurando Nemo" e "Lisbela e o prisioneiro" estão nos meus receituários.
A história do peixinho Nemo é mais um sucesso da Pixar, a empresa responsável pela revolução gráfica nos desenhos animados do cinema. Desde "Toy Story" eles exploram a metáfora do mundo adulto por meio de outros universos conhecidos – como brinquedos, formigas etc. Embora as crianças sejam o público-alvo, a linguagem utilizada alcança qualquer idade. E não só a linguagem, como bons roteiros e cada personagem, dos divertidos aos mais tocantes.
A fórmula agora é a seguinte: a Pixar é mão-de-obra dos desenhos, enquanto a Disney fica com o marketing e a distribuição. Ou seja: mérito todinho pra Pixar, melhor ainda por suplantar qualquer filme anterior da Disney. Seja em originalidade, criatividade ou até mesmo bom senso. Claro que cada filme a seu tempo, mas compare os antigos essencialmente produzidos e feitos pela Disney com os de hoje, nos quais ela apenas paga pra botar a marca. É covardia.
Um trailer de 1989 feito pela Pixar coloca o "Rei Leão" no chinelo. Cada vez menos clichês e cada vez mais valorização da inteligência da criança. Afinal, elas entendem (e riem de) todas as referências contemporâneas, como não? Ao contrário dos contos de fada politicamente corretos ao extremo, usam o mundo real para exercer suas qualidades gráfico-narrativas.
"Lisbela e o prisioneiro" é mais uma pérola de Guel Arraes, que tem no currículo "O Auto da Compadecida" e "Caramuru", além dos conceituados "Comédias da Vida Privada" e "TV Pirata". Dessa vez a mulher do Caetano bancou a produção e quis fazer um blockbuster brasileiro. Em entrevista, Paula Lavigne diz ficar feliz se conseguir "pelo menos dois milhões de espectadores"...
Ao contrário do que parece, isso não atrapalhou em nada a qualidade do filme. Os atores estão excepcionais, todos eles. Os argumentos, a uma velocidade já característica dos filmes de Guel. Figurinos e trilha sonora feitos sob medida completam a obra-prima. Já vi 3 vezes! (O próximo post será exclusivo sobre Lisbela, quando me alongarei mais sobre o filme)
Logo, é ótimo perceber que o bom cinema nacional ressurgiu de vez, e sem precisar apelar. É disso que o povo gosta, e não das baixarias justificadas por argumento semelhante no horário nobre. O mesmo vale pra Pixar, a verdadeira rainha dos baixinhos. Dêem-nos opções e saberemos escolher a boa parte. Quem tem medo (no caso, de perder audiência) é quem não se garante – e olha que isso a gente aprende no primário...
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