sexta-feira, 19 de julho de 2013

Você sabia que Sergio Cabral nunca trabalhou?

O atual governador do Rio nunca foi assalariado ou profissional liberal, nunca teve chefe, nunca trabalhou em equipe (sem estar na posição de chefe), nunca passou perrengue. Ou seja, nunca precisou lidar com situações adversas ou com qualquer oposição. Isso talvez explique muita coisa sobre sua conduta autoritária em tempos de paz e agora, em tempos de protestos.


Serginho começou na juventude do PMDB, depois participou das campanhas políticas de seu pai, teve cargo comissionado e daí virou deputado, senador, e finalmente governador. Em todas as conquistas políticas teve céu de brigadeiro, sufocando seus adversários nos bastidores ou, como se diz no futebol, "no tapetão".

Sua base eleitoral para deputado era a terceira idade, tema de sua coluna no jornal O Dia (aonde seu pai trabalhava). Depois ficou um tempo no PSDB da Era FHC majoritária, voltou pro PMDB e daí não saiu mais. Fez sempre as alianças governistas, derrubou o grupo de Garotinho no partido e aliciou Eduardo Paes para sair do ninho tucano e ser seu candidato a prefeito. Tudo na trairagem.

Praticamente não teve adversários na primeira eleição pra governador e na segunda levou de braçada com o apoio de Lula, a vinda dos grandes eventos e as UPPs, fazendo a média necessária com a classe média (que agora o condena) e com a especulação imobiliária e com grande$ amigo$ como Eike Batista.

Nos vários momentos em que Sergio Cabral foi questionado durante seu período de governo, e ele sempre respondeu ignorando, debochando ou encarnando o ditador. E com base aliada na Assembleia Legislativa garantida, além de ter seus adversários diretos (Garotinho e Cesar Maia) como campeões de rejeição no Rio.

Por nunca ter trabalhado, não sabe o que é ser subalterno, ter que ser diplomático com colegas de trabalho, negociar aumento ou promoção, nada disso. Desde sempre, Cabral só se acostumou a mandar sem grandes esforços. E é por isso que ele não entende e não sabe o que fazer quando encontra uma oposição que ele não pode comprar, ignorar, debochar ou marretar.

O único movimento que Cabral fez para dialogar com protestos pacíficos foi uma reunião fake com "lideranças" que não eram reconhecidas pelos que acampavam na Delfim Moreira. Se o governador tivesse levado a sério ao menos sentar com quem protesta, os ânimos já poderiam estar mais calmos.

Mas o buraco é mais em cima. Além de Cabral, seu secretariado também é especialista em irregularidades institucionais, na área dos transportes e da saúde, e igualmente inábil em lidar com as demandas da população. Sem contar a farra dos guardanapos em Paris.

Sergio Cabral está perdido. E nós também.

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