terça-feira, 1 de julho de 2008

Radiohead na cabeça

Nunca curti o som da banda inglesa Radiohead. Mas assim como seus conterrâneos Beatles, não receio em dizer que eles já entraram pra história da música. A diferença é que isso acontece mais por suas atitudes do que por uma qualidade inédita de suas melodias (como foi com os Fab Four).

Não estou dizendo que o Radiohead é ruim, apenas não ouvi nada deles (a não ser a excêntrica, mas perfeita, trilha sonora do filme Sangue Negro).

A banda começou a sacudir as estruturas lançando um CD pela internet, permitindo que os fãs que baixassem as músicas pagassem por elas o preço que achassem melhor. Isso incluía quem não quisesse pagar nada.

Os locais de sua turnê não são escolhidos à toa: analisaram as emissões de CO2 que seus fãs produziam ao se deslocar para os shows (com veículos automotivos, ok?), e agora sempre escolhem um local que possua um bom esquema de transporte público.

Não penso que a realidade de uma banda pode ser automaticamente aplicada às complexidades de nosso tempo. Mas é certo que, ousando na sua produção musical e na postura ambiental, o Radiohead consegue novos fãs, e vai provando que o progresso pode andar de mãos dadas com sustentabilidade e diálogo com as novas mídias. Ao contrário do que diz (e faz) a grande indústria.

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