Entrar na vida acadêmica é um exercício de humildade.
Você começa pensando que pode trazer "a" solução para um grande problema. Logo se dá conta que está num funil em que suas ideias cairão até restar o que é possível fazer.
Você aprende, quase na marra, que sua contribuição para o conhecimento da humanidade é mínimo. Só um pedacinho de matéria num universo em expansão.
Você se acha - para logo se perder.
Você sente um gostinho de frustração, de expectativa quebrada.
Mas o pedacinho de matéria, se visto em um microscópio, parece um verdadeiro universo. Nele estão contidos todos os seus esforços de leitura, gestão de tempo, disciplina e vontade de contribuir.
Naquele pedacinho você presencia a bioquímica atuante e então você se orgulha. As perspectivas são reposicionadas e você recebe um beijo da humildade, que aguarda sua retribuição.
Você se sente um pequeno empreendedor em início de trabalho, fazendo desde o projeto até a execução contínua. Planeja a casa e taca cimento no tijolo. Bate escanteio e corre pra cabecear.
Você se reconhece ali, consegue enxergar o que é seu, e que tudo depende dessa entrega humilde através da qual você vai deixar a sua colaboração, e nada mais. E nada menos. E não será como nenhuma outra. E não será pouca coisa.
Será sua. E no momento em que você terminar, não será mais.
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