Estava escrito
Só pra completar a informação, segue matéria que originou o post de 8 de abril:
segunda-feira, 20 de abril de 2009
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Rodrigo Bethlem
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Mundo bizarro (à la HQ do Super-homem)
José Sarney, quase 200 anos de idade e de vida pública. Roseana Sarney, que em 2002 foi alijada da campanha presidencial por acharem um milhão de reais em dinheiro (inexplicado) na sede de sua empresa. Família Sarney em geral, dona do Maranhão (com um pé no Amapá) desde a descoberta do Brasil.
Jackson Lago, vencedor das eleições de 2006 para o governo do Maranhão, desbancando a oligarquia política e midiática do estado (Sarneys).
Jackson Lago, cassado do governo do Maranhão por acusação de compra de votos e abuso do poder político e econômico. Roseana Sarney, segunda colocada nas eleições, vai assumir o cargo.
Como todo mundo sabe, os Sarneys não podem ser acusados de compra de votos ou abuso do poder político e econômico.
É tão bom ver a justiça brasileira trabalhando tão bem!!!!
José Sarney, quase 200 anos de idade e de vida pública. Roseana Sarney, que em 2002 foi alijada da campanha presidencial por acharem um milhão de reais em dinheiro (inexplicado) na sede de sua empresa. Família Sarney em geral, dona do Maranhão (com um pé no Amapá) desde a descoberta do Brasil.
Jackson Lago, vencedor das eleições de 2006 para o governo do Maranhão, desbancando a oligarquia política e midiática do estado (Sarneys).
Jackson Lago, cassado do governo do Maranhão por acusação de compra de votos e abuso do poder político e econômico. Roseana Sarney, segunda colocada nas eleições, vai assumir o cargo.
Como todo mundo sabe, os Sarneys não podem ser acusados de compra de votos ou abuso do poder político e econômico.
É tão bom ver a justiça brasileira trabalhando tão bem!!!!
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Somos gaiatos no navio
As barcas para Niterói são um escândalo desde antes de 2000, quando ingressei na UFF para estudar jornalismo. O serviço ficava pior ano após ano.
Recentemente, o superintendente das Barcas S/A, Flavio Almada, declarou sem pudor: se os passageiros não aguentassem esperar na fila pra embarcar, que pegassem ônibus.
A sócia majoritária do consórcio que administra a Barcas S/A é a Auto Viação 1001. O Extra chama isso de ironia, mas é bandidagem canalha mesmo. E legalizada.
É no mínimo curioso: em determinado momento o Estado admite que não consegue dar conta do serviço das barcas. Diante disso, faz uma concessão pública para que um consórcio administre o serviço, teoricamente fiscalizado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos.
O consórcio que vence possui um declarado conflito de interesses, conforme apontado acima. Mas vence assim mesmo. Agora, assumindo sua incompetência na gestão do serviço (sem nunca deixar de aumentar as tarifas), o consórcio ainda recebe uma bolada... do Estado.
As raposas tomaram conta do galinheiro, extrapolando todos os limites do cinismo. Obrigado, eleitores de Sergio Cabral.
As barcas para Niterói são um escândalo desde antes de 2000, quando ingressei na UFF para estudar jornalismo. O serviço ficava pior ano após ano.
Recentemente, o superintendente das Barcas S/A, Flavio Almada, declarou sem pudor: se os passageiros não aguentassem esperar na fila pra embarcar, que pegassem ônibus.
A sócia majoritária do consórcio que administra a Barcas S/A é a Auto Viação 1001. O Extra chama isso de ironia, mas é bandidagem canalha mesmo. E legalizada.
É no mínimo curioso: em determinado momento o Estado admite que não consegue dar conta do serviço das barcas. Diante disso, faz uma concessão pública para que um consórcio administre o serviço, teoricamente fiscalizado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos.
O consórcio que vence possui um declarado conflito de interesses, conforme apontado acima. Mas vence assim mesmo. Agora, assumindo sua incompetência na gestão do serviço (sem nunca deixar de aumentar as tarifas), o consórcio ainda recebe uma bolada... do Estado.
As raposas tomaram conta do galinheiro, extrapolando todos os limites do cinismo. Obrigado, eleitores de Sergio Cabral.
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sexta-feira, 10 de abril de 2009
Em cima do muro
O Secretário de Ordem Pública, Rodrigo Maria Zilda Bethlem, defendeu em artigo no Globo a construção de muros em volta de comunidades pobres a fim de reduzir a favelização e a consequente devastação ambiental do Rio de Janeiro. Até aí, nada de novo: nem na solução, nem na motivação excludente da proposta.
O Secretário de Ordem Pública, Rodrigo Maria Zilda Bethlem, defendeu em artigo no Globo a construção de muros em volta de comunidades pobres a fim de reduzir a favelização e a consequente devastação ambiental do Rio de Janeiro. Até aí, nada de novo: nem na solução, nem na motivação excludente da proposta.
Curioso foi o argumento utilizado por Bethlem para defender a ideia (ou minimizar o buburinho?): acusa os críticos de hipocrisia, pois não consideram os muros de um condomínio de classe média como segregação, e sim proteção. Por que não veem os muros em volta das favelas da mesma forma?
Se alguém não vê os muros de condomínios como segregação é porque tem uma mentalidade muito estreita. Pergunte a um jovem de 18 anos, nascido e criado em condomínio, se ele conhece a cidade do Rio. Se sabe como se deslocar pra encontrar outros cidadãos de mesma naturalidade que ele. O condomínio, uma mini-cidade quase autônoma, não se integra com o resto da metrópole.
A grande diferença que Bethlem não vê (ou ignora) é que a decisão dos condomínios terem muros é tomada... pelos moradores! Que nunca tiveram problemas de serem donos de suas moradias, ou de pagar por elas e por seus respectivos terrenos. Vai igualar essa situação a dos favelados?
E outra: se o objetivo do muro em volta das comunidades é impedir a devastação ambiental, por que não se faz o mesmo na outra ponta? Todo mundo sabe que os novos condomínios da Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá estão destruindo áreas de preservação (já garantidas por lei!), e que todo o terreno é movediço. A Vila do Pan está afundando desde a época dos jogos!
Não quero tratar de maneira simplista o problema da moradia ou das favelas cariocas. Mas Rodrigo Betlhem e seu chefinho Duda Paes querem. E o fazem para atender a uma expectativa de boa parte da classe média e da especulação imobiliária. E porque não tem competência ou vontade política para pensar em algo diferente.
O artigo de Bethlem foi publicado na véspera da Páscoa. Prefiro acreditar no coelhinho do que nas boas intenções do ordeiro público.
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Rodrigo Bethlem
Che, o homem
Mas se Benicio del Toro está ótimo como Che, é preciso destacar o trabalho de Demián Bichir, que interpreta Fidel. É uma atuação quase mediúnica de tão fiel e bem feita. Outro ponto alto: o filme é falado em espanhol. Claro! O protagonista é um argentino em Cuba, buscando ser porta-voz das Américas Central e do Sul. Uma raridade entre os produtores norte-americanos, que praticam coisas terríveis como a versão cinematográfica de O amor nos tempos do cólera - atores espanhóis, autor colombiano e tudo em inglês com sotaquezinho castelhano...
Benicio del Toro fez muito bem ao resolver filmar a vida de Che Guevara. Fez melhor ainda ao encarnar o próprio e chamar Steven Soderbergh (de Traffic) para dirigir. Baseado nos diários de guerrilha do mito da esquerda mundial e tendo como consultor John Lee Anderson - considerado o melhor biógrafo de Che - o filme não é nada épico. E isso é o que ele tem de melhor.
Três momentos da vida de Che são contados paralelamente: o encontro com Fidel Castro no México, onde o então médico argentino é "convocado" para a revolução cubana; sua visita aos EUA em 1964, como chefe de estado, em recepções, entrevistas e na ONU; e o cotidiano da guerrilha desde antes de Sierra Maestra até a conquista do poder em Havana.
O filme não é épico porque reproduz os fatos com caráter realista. Isto é, sem delírios Hollywoodianos ou esquerdistas para manter a aura mitológica que envolve Ernesto Guevara até hoje. Nada de trilha sonora estrondosa ou takes imponentes, como se ele fosse o maior dos guerreiros revolucionários. Tampouco suprime detalhes da humanidade de Che, mostrando seus ideais e hábitos nobres como suas discordâncias com Fidel (e em algum momento, uma aparente desobediência hierárquica).
As cenas também foram filmadas como antigamente: exércitos e camponeses existem naquele número, não são truques de computador. A selva é uma selva mesmo, e o ritmo do filme não é o de um thriller alucinado de ação ou aventura. Pelo contrário: em alguns momentos um tipo de espectador pode se entediar com a falta de tiros ou de palavras de ordem enérgicas. E é um filme sobre a revolução cubana!
É retratado o passo-a-passo da conquista militar em Sierra Maestra, de maneira quase didática. Dá pra entender como os revolucionários cubanos conseguiram o que parecia impossível - e a narrativa mostra que de impossível ou extraordinário pouco existia. É realismo despretensioso, e esse foi o enfoque ideal para desmitificar Che sem rebaixá-lo.
Mas se Benicio del Toro está ótimo como Che, é preciso destacar o trabalho de Demián Bichir, que interpreta Fidel. É uma atuação quase mediúnica de tão fiel e bem feita. Outro ponto alto: o filme é falado em espanhol. Claro! O protagonista é um argentino em Cuba, buscando ser porta-voz das Américas Central e do Sul. Uma raridade entre os produtores norte-americanos, que praticam coisas terríveis como a versão cinematográfica de O amor nos tempos do cólera - atores espanhóis, autor colombiano e tudo em inglês com sotaquezinho castelhano...
Originalmente, Che é um filme de quatro horas que foi dividido em dois. A segunda parte vai narrar sobre a guerrilha na América do Sul, em que o líder cubano foi morto. Vale assistir, pela oportunidade de ver retratada a vida de alguém tão evocado e banalizado que faz com que nos esqueçamos do homem Ernesto Guevara. Esse sim existiu, muito antes do mito.
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quarta-feira, 8 de abril de 2009
Deixa o homem trabalhar
"Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido."
É o que diz a Constituição, e é o que disse o jurista Sobral Pinto num histórico comício na praça da Candelária, Rio de Janeiro, na campanha pelas eleições diretas para presidente. A frase é simples, categórica e não dá margem para interpretações dúbias. É aquilo ali e ponto final.
Cristovam Buarque sabe muito bem disso. E verbalizou a mesma frase emanada por Sobral Pinto de uma maneira muito mais atual e crítica:
"A reação é tão grande hoje contra o Parlamento, que talvez fosse a hora de fazer um plebiscito para saber se o povo quer ou não que o Parlamento continue aberto."
Os tacanhos de plantão já interpretaram as palavras do senador literalmente. Cristovam teve que passar o dia se explicando, dizendo que não propôs tal questão, mas externou de maneira didática e extrema a relação que o povo brasileiro tem com seus ditos representantes.
Vale lembrar que Cristovam é um membro do Parlamento. Não pode sequer ser acusado de legislar em causa própria. Quem conhece seu histórico político também compreendeu a didática, e sabe que ele não quis abortar a democracia pura e simplesmente. Luis Fernando Verissimo já disse que escrever com ironia é perigoso, e por isso ele hoje precisa dizer quando comete uma ironia, para que as pessoas compreendam as entrelinhas como devem.
É chocante como as palavras de Cristovam chocam mais os seus colegas do que os demais desmandos dos parlamentares. Uma casa com milhares de mordomias e cabides de emprego aprovados descaradamente, que suga o dinheiro público mais do que a crise financeira mundial. E vão se ofender com a opinião corajosa de Cristovam Buarque?
Se todo poder emana do povo e deve ser exercido em seu nome, o que fazer quando flagramos diariamente que isso não tem acontecido? Qual a razão de existir um poder constituído se o povo não faz parte dele nem representado?
Logo, Cristovam não cometeu um ato falho. Mas um ato dos mais verdadeiros que já se viu na atual podridão do Senado Federal. A crítica foi tão contundente que nem o eterno golpista Jair Bolsonaro saiu em apoio ao senador do Distrito Federal.
E olha que Cristovam sugeriu um plebiscito, isto é, um instrumento democrático para ouvir a voz do povo de maneira mais prática. Mas quem exerce seus mandatos públicos sem saquear o povo, como o senador, e sabe "tocar na ferida" para criticar os descaminhos do sistema político merece ser ouvido.
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Pitacos políticos
Populista, eu?
Lula demitiu o presidente do Banco do Brasil devido aos juros altos aplicados pela instituição de economia mista (mezzo pública, mezzo S.A.). Engraçado... O BB se sente livre para aplicar esses juros diante da política do Banco Central, que regula o funcionamento das instituições financeiras.
E quem escolheu - e blindou - o presidente do Banco Central (foto), desde sempre associado a esse tipo de política? O Governo Lula. Que ironia, não?
***
Pequeno peixe (ou Peru)?
O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, foi condenado a 25 anos de prisão por "crimes contra a humanidade". E quais são eles? Assassinatos e seqüestros realizados na década de 90.
Qual seria a acusação para George W. Bush diante dos genocídios iraquianos plus Guantànamo? Crimes contra a galáxia?
***
Desemprego
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, apresentou o modelo da carteirinha de legalização dos camelôs da cidade. O crachá de identificação vem com uma foto do próprio e a legenda: "pipoqueiro". Ao lado, uma de Rodrigo Maria Zilda Bethlem, secretário de Ordem Pública, como "auxiliar".
A prefeitura quer tirar o emprego dos humoristas? Piada pronta assim é covardia!
Populista, eu?
Lula demitiu o presidente do Banco do Brasil devido aos juros altos aplicados pela instituição de economia mista (mezzo pública, mezzo S.A.). Engraçado... O BB se sente livre para aplicar esses juros diante da política do Banco Central, que regula o funcionamento das instituições financeiras.
E quem escolheu - e blindou - o presidente do Banco Central (foto), desde sempre associado a esse tipo de política? O Governo Lula. Que ironia, não?
***
Pequeno peixe (ou Peru)?
O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, foi condenado a 25 anos de prisão por "crimes contra a humanidade". E quais são eles? Assassinatos e seqüestros realizados na década de 90.
Qual seria a acusação para George W. Bush diante dos genocídios iraquianos plus Guantànamo? Crimes contra a galáxia?
***
Desemprego
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, apresentou o modelo da carteirinha de legalização dos camelôs da cidade. O crachá de identificação vem com uma foto do próprio e a legenda: "pipoqueiro". Ao lado, uma de Rodrigo Maria Zilda Bethlem, secretário de Ordem Pública, como "auxiliar".
A prefeitura quer tirar o emprego dos humoristas? Piada pronta assim é covardia!
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terça-feira, 7 de abril de 2009
Assino embaixo do Amapá
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