Desde que me entendo por gente que sabe ler, Carlos Drummond de Andrade está no meu perímetro intelectual. Um terceiro avô que por meio de seus poemas me ensinou sobre o mundo, me consolou quando estava triste, se mostrou humano quando precisei e mostrou que poesia, meu garoto, não precisa ser certinha. E semana passada uma de suas principais obras se apresentou de forma diferente para mim.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Agora sim, José
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Timing
Eles estão lá, me olhando. Sempre. Não se movem. Tampouco trocam de lugar uns com os outros, a menos que eu ordene. Mas não o fazem sozinhos, precisam da minha ajuda. Esperam. Compõem toda uma natureza rica e particular à minha disposição. Servis, apesar de tanta sabedoria reunida. Há um tempo certo para nos encontrarmos, finalmente. E esse tempo quase nunca está previsto.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Dividido
"A ignorância é uma bênção". É nosso costume evocar tal frase quando nos angustiamos com o conhecimento recém-adquirido. Diante daquele diagnóstico médico que você só sabe ao fazer os exames, ou de informações sobre o mundo ou o futuro que te deixam na dúvida se era melhor ter ficado sem saber daquilo.
Até porque isso nos leva a questões filosófico-existenciais que não terei capacidade de reproduzir aqui, apenas mencionar. Temos condição de saber de tudo, de processar tantas informações sobre tantas coisas? Preferir não saber significaria ficarmos deliberadamente reféns de quem sabe? Qual o custo social de escolher a ignorância?
Talvez o limiar entre a angústia e o desejo por conhecimento sejam nossas limitações pessoais. O quanto posso, de fato, interferir naquele contexto que acabei de conhecer? Se houvesse possibilidade de aferir tal coisa, talvez nossas escolhas fossem mais fáceis e seguras. "De que adianta eu saber disso?", é a pergunta que vez por outra me captura. Com essa noção clara, deixaria de me importar ou desistiria de conhecer certas coisas, sem culpa.
Certezas, garantias... Quando isso de fato esteve à nossa disposição? Talvez nunca, talvez no tempo passado, quando o fato já ocorreu. Buscamos conhecimento em busca do pote de ouro da "verdade" e sempre nos decepcionamos. A vírgula logo aparece, e retribuímos sua presença com um ponto de interrogação que logo será como a cenoura à frente do cavalo. Mas até os cavalos cansam...
E me percebo cansado. Exigido para além das minhas forças, chicoteado pela necessidade (?) de estar antenado, acompanhando tudo, de ficar esperto pra não ficar pra trás. Não é possível, simplesmente não é possível. Suspeito então que aceitar o limite pode ser o pote de ouro da liberdade. Ainda que haja sempre uma vírgula pronta pra surgir a qualquer hora.
Até porque isso nos leva a questões filosófico-existenciais que não terei capacidade de reproduzir aqui, apenas mencionar. Temos condição de saber de tudo, de processar tantas informações sobre tantas coisas? Preferir não saber significaria ficarmos deliberadamente reféns de quem sabe? Qual o custo social de escolher a ignorância?
Talvez o limiar entre a angústia e o desejo por conhecimento sejam nossas limitações pessoais. O quanto posso, de fato, interferir naquele contexto que acabei de conhecer? Se houvesse possibilidade de aferir tal coisa, talvez nossas escolhas fossem mais fáceis e seguras. "De que adianta eu saber disso?", é a pergunta que vez por outra me captura. Com essa noção clara, deixaria de me importar ou desistiria de conhecer certas coisas, sem culpa.
Certezas, garantias... Quando isso de fato esteve à nossa disposição? Talvez nunca, talvez no tempo passado, quando o fato já ocorreu. Buscamos conhecimento em busca do pote de ouro da "verdade" e sempre nos decepcionamos. A vírgula logo aparece, e retribuímos sua presença com um ponto de interrogação que logo será como a cenoura à frente do cavalo. Mas até os cavalos cansam...
E me percebo cansado. Exigido para além das minhas forças, chicoteado pela necessidade (?) de estar antenado, acompanhando tudo, de ficar esperto pra não ficar pra trás. Não é possível, simplesmente não é possível. Suspeito então que aceitar o limite pode ser o pote de ouro da liberdade. Ainda que haja sempre uma vírgula pronta pra surgir a qualquer hora.
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
O amor em carne viva
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segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Enferrujado
A vida adulta é um mar de obrigações. O que significa que desde cedo somos aconselhados e formatados a deixar de lado o lúdico e o prazer da descoberta, tão característicos de nossa infância. É preciso produzir, garantir o sustento, levar a vida a sério, porque as coisas não estão pra brincadeira.
Nessa toada deixei de lado as crônicas. Ou será que o mundo de hoje não lhes dá mais espaço? Tirando o eterno Verissimo e Antonio Prata, não se vê mais a despretensão de relatos do cotidiano atraindo espaços e atenção. O barato é colunismo, porradaria, politização total em todos os assuntos, sem ficar em cima do muro. Vida séria.
Abandonei o prazer da crônica, que costuma dar vida aos achados de cada dia. Aqueles que ficam nas entrelinhas da seriedade e da correria. Que não mudam o mundo, mas nos ajudam a achar mais graça nele. Quiçá sobreviver melhor.
Para mim, flertar com a crônica é manter o lúdico vivo e tudo o que ele pode nos proporcionar. Veja como a criança leva a sério cada coisa nova em seu caminho, com sua evolutiva cognição desbravando territórios desconhecidos. E como cada um desses passos são vitórias que ela celebra mesmo sem o saber.
É nessa expectativa que retomo minha crônica semanal, dezesseis anos depois. Durante esse tempo muitas histórias se foram pelos inúmeros ralos da vida adulta. Mas não há lugar para murmurações. Volto ao gênero que me trouxe o prazer de ler e de escrever, no desejo de me contar e de contar o que vejo. Sem grandes pretensões. O que, para a voltagem de nossos dias, já é uma grande pretensão.
Nessa toada deixei de lado as crônicas. Ou será que o mundo de hoje não lhes dá mais espaço? Tirando o eterno Verissimo e Antonio Prata, não se vê mais a despretensão de relatos do cotidiano atraindo espaços e atenção. O barato é colunismo, porradaria, politização total em todos os assuntos, sem ficar em cima do muro. Vida séria.
Abandonei o prazer da crônica, que costuma dar vida aos achados de cada dia. Aqueles que ficam nas entrelinhas da seriedade e da correria. Que não mudam o mundo, mas nos ajudam a achar mais graça nele. Quiçá sobreviver melhor.
Para mim, flertar com a crônica é manter o lúdico vivo e tudo o que ele pode nos proporcionar. Veja como a criança leva a sério cada coisa nova em seu caminho, com sua evolutiva cognição desbravando territórios desconhecidos. E como cada um desses passos são vitórias que ela celebra mesmo sem o saber.
É nessa expectativa que retomo minha crônica semanal, dezesseis anos depois. Durante esse tempo muitas histórias se foram pelos inúmeros ralos da vida adulta. Mas não há lugar para murmurações. Volto ao gênero que me trouxe o prazer de ler e de escrever, no desejo de me contar e de contar o que vejo. Sem grandes pretensões. O que, para a voltagem de nossos dias, já é uma grande pretensão.
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sábado, 8 de outubro de 2016
O discurso do medo e o idioma do ódio são universais
Semana passada tive uma desagradável surpresa: um amigo que faz ótimas
análises políticas e produzia uma das melhores coberturas jornalísticas
da campanha do Rio cansou.
Ele, que não abandona o equilíbrio e mantém a coerência em seus argumentos, sabendo que corre o risco de desagradar em tempos extremos, capitulou. Muito ódio em forma de comentário e boato atrás de boato que ele já tinha se esmerado em desmentir.
Ele, que não abandona o equilíbrio e mantém a coerência em seus argumentos, sabendo que corre o risco de desagradar em tempos extremos, capitulou. Muito ódio em forma de comentário e boato atrás de boato que ele já tinha se esmerado em desmentir.
E eu o entendo
perfeitamente. Quanto mais nos odiamos, mais quem fatura com esse ódio
se dá bem. Se não vivemos em paz, é porque uns poucos que ganham com
isso nos atiçam uns contra os outros. Cada um sabe do seu limite, e meu
amigo tinha chegado no dele.
Pra minha felicidade (e a de muitos outros), ele voltou. Triste ver que precisamos nos esforçar tanto pra sermos justos e moderados, por vezes nos sacrificando em nível pessoal. Triste ver laços se rompendo por pessoas e partidos que não dão a mínima para cada um de nós.
Discordar é humano. É normal, possível, e desde criança sabemos disso. Mas chegou-se a um ponto de surdez coletiva e deliberada que se traduz em ódio, calcado em medo. Se o outro vencer (eleição, discussão, o quer quer que seja), é a hecatombe.
Nos últimos tempos vejo o mesmo tipo de postura e comportamento de tudo que é lado. Vejo reacionários à esquerda e à direita, alterando seu discurso orwellianamente. Vejo insensibilidades e atrocidades com justificativas ideológicas na ponta da língua, mesmo que o contexto seja o exato oposto da eleição passada. Estamos de olho nessa prostituição cínica que mói quem só quer viver em paz, e não ser devotos eternos de uma causa ou um dogma, com os inocentes úteis deixados pelo caminho.
Portanto, meu amigo, bem-vindo de volta. Vai continuar sendo difícil, e você sabe disso. Espero, daqui do meu cantinho poder te ajudar a desarmar os ódios e deixar nus todos os reis que "se acham", e que acham que somos mera massa de manobra para suas agendas escusas (porque quando vêm à luz não fica uma, meu irmão).
"Porque nos últimos tempos o amor se esfriará de quase todos", li num livro bem antigo. Não quero arredar pé da aldeia gaulesa do "quase".
Pra minha felicidade (e a de muitos outros), ele voltou. Triste ver que precisamos nos esforçar tanto pra sermos justos e moderados, por vezes nos sacrificando em nível pessoal. Triste ver laços se rompendo por pessoas e partidos que não dão a mínima para cada um de nós.
Discordar é humano. É normal, possível, e desde criança sabemos disso. Mas chegou-se a um ponto de surdez coletiva e deliberada que se traduz em ódio, calcado em medo. Se o outro vencer (eleição, discussão, o quer quer que seja), é a hecatombe.
Nos últimos tempos vejo o mesmo tipo de postura e comportamento de tudo que é lado. Vejo reacionários à esquerda e à direita, alterando seu discurso orwellianamente. Vejo insensibilidades e atrocidades com justificativas ideológicas na ponta da língua, mesmo que o contexto seja o exato oposto da eleição passada. Estamos de olho nessa prostituição cínica que mói quem só quer viver em paz, e não ser devotos eternos de uma causa ou um dogma, com os inocentes úteis deixados pelo caminho.
Portanto, meu amigo, bem-vindo de volta. Vai continuar sendo difícil, e você sabe disso. Espero, daqui do meu cantinho poder te ajudar a desarmar os ódios e deixar nus todos os reis que "se acham", e que acham que somos mera massa de manobra para suas agendas escusas (porque quando vêm à luz não fica uma, meu irmão).
"Porque nos últimos tempos o amor se esfriará de quase todos", li num livro bem antigo. Não quero arredar pé da aldeia gaulesa do "quase".
domingo, 3 de julho de 2016
A vila
Após atualizar o notebook pro Windows 10, recebo sugestões de papeis de parede. Uma delas era a foto de uma vila de casas coloridas num beco simpático. Quero. E eu mesmo desejo povoá-la.
Nessa vila estarão todos os meus amigos. Mataria de uma vez toda distância geográfica, seja ela longa ou curta, que nos separa. Colocaria cadeiras na calçada para conversarmos sobre o que nos aproxima - ou não seríamos amigos.
Claro que podemos ter afinidades e pensar diferente em muitas coisas. Mas se em toda essa estrada permanecem meus amigos, algo transcendental existe. Que vai além de rancores, orgulhos, clubismos, bairrismos.
Falaríamos de música, futebol, ansiedades, dúvidas, fé, cinema, esperança, piadas, trocadilhos, memórias, viagens e tudo o que nosso complexo ser nos trouxesse como pauta. O importante é que seria a vila com meus amigos, pertinho uns dos outros, a postos para o encontro.
Há quem diga que a proximidade pode prejudicar ou até colocar em xeque amizades, e não duvido. E o bom da fantasia é isso, como aprendemos desde a hora de dormir quando crianças: a gente inventa - e vive - o que seria o ideal. Baseado em fatos reais.
E o maior barato seria ter sempre meus amigos e seus abraços ao pé da janela me chamando, uma puxada de cadeira, faz a roda, traz a bebida, a comida, chega junto, é tudo nosso. É nóis na vila.
Porque a gente chega à conclusão que o papo com os amigos é o melhor gasto de vida que há.
domingo, 19 de junho de 2016
Café
A experiência com o café. A relação com o café. Ele está à minha volta desde a infância. A parceria com o leite que o dissimula. O pão com manteiga que o valoriza. O energético muito antes de o sabermos - e de inventarem os energéticos. O compromisso diário que se assanha em vício. Goles de sabedoria. O que é isso?
quinta-feira, 14 de abril de 2016
Da dor
Você pode dizer que Dilma é turrona, Lula megalômano, Aécio playboy e Marina uma incógnita.
Mas a frieza e a cara de paisagem de Cunha, Renan, Temer e Sarney são assustadoras.
Os pilares do PMDB governam o Brasil desde 1985 e parecem ter
formulado, incorporado e dominado um modus operandi operando o Estado
brasileiro com traços de psicopatia.
A esquerda delirou ao pensar que andar ao lado deles seria "o possível para governar". Os liberais deliram ao pensar que apoiá-los por ocasião seria um "mal menor".
O câncer não se extingue caso não se extirpe as células mortas.
O paciente sabe que lutar pela vida é encarar um tratamento agressivo, que vai debilitá-lo por um tempo, mas que só assim ficará são.
Os pacientes somos nós, que elegemos e reelegemos o PMDB há 30 anos, legitimando suas práticas e incentivando "genéricos" que seguem a mesma cartilha vitoriosa.
O problema é que pensamos ter apenas um resfriado ou uma dor de cabeça. E que a cada 4 anos haverá um remédio milagroso que vai eliminar tais sintomas definitivamente.
Quando se morre de falência múltipla dos órgãos, não se sabe mais ao certo como tudo começou, ou o que deu a agulhada final.
Seja qual for o desfecho da mais recente saga brasileira, espero que todos (eleitores e futuros políticos) aprendamos essa dura notícia que as frequentes biópsias nos trazem - mas que teimamos em não admitir, sequer abrindo o envelope com o exame. E depois, com raiva e em horrendas dores, botamos a culpa em tudo, menos em nossas escolhas.
A esquerda delirou ao pensar que andar ao lado deles seria "o possível para governar". Os liberais deliram ao pensar que apoiá-los por ocasião seria um "mal menor".
O câncer não se extingue caso não se extirpe as células mortas.
O paciente sabe que lutar pela vida é encarar um tratamento agressivo, que vai debilitá-lo por um tempo, mas que só assim ficará são.
Os pacientes somos nós, que elegemos e reelegemos o PMDB há 30 anos, legitimando suas práticas e incentivando "genéricos" que seguem a mesma cartilha vitoriosa.
O problema é que pensamos ter apenas um resfriado ou uma dor de cabeça. E que a cada 4 anos haverá um remédio milagroso que vai eliminar tais sintomas definitivamente.
Quando se morre de falência múltipla dos órgãos, não se sabe mais ao certo como tudo começou, ou o que deu a agulhada final.
Seja qual for o desfecho da mais recente saga brasileira, espero que todos (eleitores e futuros políticos) aprendamos essa dura notícia que as frequentes biópsias nos trazem - mas que teimamos em não admitir, sequer abrindo o envelope com o exame. E depois, com raiva e em horrendas dores, botamos a culpa em tudo, menos em nossas escolhas.
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sábado, 9 de abril de 2016
Já teve
Eu fico impressionado e assustado em ver tanta gente não querendo que
tenha golpe e tendo aceitado os diversos "mini-golpes" que o PT deu no
meio-ambiente, na esquerda, nos quadros clássicos do partido, no
orçamento, nos próprios eleitores em 2014, nas expectativas de que não
seria um partido como os outros, na recepção aos protestos de 2013,
naqueles que queriam uma sociedade politizada e mobilizada em vez de
messianismo, nas populações ribeirinhas, indígenas...
É incrível como a contribuição do próprio PT em entrar no "cheque especial" de sua credibilidade política sequer é mencionada, nenhum mea culpa, muita arrogância e haja narrativa orwelliana e conspiratória pra sustentar tanta negação deliberada (ou não, em alguns casos)
É incrível como a contribuição do próprio PT em entrar no "cheque especial" de sua credibilidade política sequer é mencionada, nenhum mea culpa, muita arrogância e haja narrativa orwelliana e conspiratória pra sustentar tanta negação deliberada (ou não, em alguns casos)
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quarta-feira, 30 de março de 2016
LEPTOSPIROSE
O navio está com vários rombos.
Os ratos mais espertos abandonam primeiro.
Os ratos com a mão no leme negam deliberadamente que há rombos - o
problema é a maré, a tempestade, as marolas dos outros navios, os peixes
etc.
Os ratos que estão nadando em volta do navio querem o leme de qualquer jeito, nem que para isso tenham que aumentar os rombos.
Os ratos que só querem saber de encher a pança, seja de onde vem a comida, continuam na mesma intenção.
Qualquer rato que seja apanhado no flagra aumentando os rombos apenas diz: "mas olhem os outros ratos!".
E os remadores do subsolo estão mais furados que queijo suíço.
Os ratos que estão nadando em volta do navio querem o leme de qualquer jeito, nem que para isso tenham que aumentar os rombos.
Os ratos que só querem saber de encher a pança, seja de onde vem a comida, continuam na mesma intenção.
Qualquer rato que seja apanhado no flagra aumentando os rombos apenas diz: "mas olhem os outros ratos!".
E os remadores do subsolo estão mais furados que queijo suíço.
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